À medida que se envelhece, o ritmo circadiano – período de 24 horas, no qual ocorre o ciclo biológico – se altera e, com ele, vários aspectos do funcionamento do organismo. Um dos departamentos que mais sente as mudanças com o passar dos anos é o ciclo sono-vigília. Na doença de Parkinson, a qualidade do sono fica ainda mais comprometida.
Não é raro ouvir relatos de que, na terceira idade, as pessoas passam a acordar mais cedo e a dormir mais cedo. As horas de sono também deixam de ser ininterruptas e, cada vez que se desperta, voltar a dormir vira um desafio. Além disso, muitas pessoas sentem uma enorme necessidade de tirar alguns cochilos ao longo do dia. Segundo especialistas, o número de horas dormidas pode não ser tão diferente daquele conseguido por jovens. No entanto, a qualidade do sono é outra, muito inferior.
Quando a doença de Parkinson entra em cena, a situação fica ainda mais comprometida. Embora os parkinsonianos não tenham, em sua maioria, dificuldade para adormecer, a manutenção do sono é complicada. E, após despertar para ir ao banheiro, beber água ou se ajeitar na cama, pegar no sono novamente pode levar um tempo.
As causas, embora não sejam cientificamente confirmadas, são consequência das medicações antiparkinsonianas, como a levodopa, e do desconforto provocado pelos sintomas da doença, como dor, rigidez, depressão e frequente vontade de urinar. Os tremores também podem despertar quem está dormindo.
Alterações na medicação podem melhorar o quadro. Estas, no entanto, só devem ser feitas com a orientação do neurologista. Mas, algumas medidas sugeridas pela Parkinson’s Disease Clinic and Research Center da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos, podem reduzir o número de interrupções e tornar a noite mais tranquila e serena. Veja algumas medidas para colocar em prática já:
– Reduzir a iluminação e os ruídos antes de se deitar e durante a noite. Isto é fundamental para manter o funcionamento do ritmo da melatonina no organismo. Tampão de orelha pode ser uma medida importante em bairros barulhentos.
– Evitar o consumo de álcool de 4 a 6 horas antes de dormir. Embora a bebida induza o sono mais rapidamente, ela não faz sua manutenção.
– Evitar praticar atividade física no período da noite. Exercícios aumentam a temperatura do corpo. E, ele precisa do contrário para entender que é hora de dormir.
– Trocar refeições pesadas por lanches leves, que incluam derivados do leite e carboidratos.
– Se acordar no meio da noite, tentar não olhar para o relógio. Saber as horas aumenta a ansiedade.
– Reduzir o consumo de líquidos nas 4 horas antes de dormir para evitar idas ao banheiro.
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Atualizado em 29/05/2018.