A busca pela cura do Parkinson caminha junto com a busca pela causa da doença, explica o neurologista em SP Dr. Erich Fonoff. Ao descobrir o que leva à perda dos neurônios responsáveis pela dopamina, talvez a forma de prevenir e evitar que isso ocorra esteja mais próxima. Diante disso, temos uma boa notícia. Pesquisadores da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, identificaram um composto que se acumula na parte do cérebro afetada pelo Parkinson. A acroleína é um subproduto tóxico, que surge quando o cérebro queima gordura para obter energia. Esta substância leva ao acúmulo da proteína alfa-sinucleína. É aí que mora o perigo: quando esta proteína se acumula na substância nigra, região do cérebro onde acontece o Parkinson, ela leva à morte dos neurônios. Consequentemente, os sintomas do Parkinson surgem. A descoberta, segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, pode apontar o caminho para novas terapias e também facilitar no diagnóstico e na prevenção de outros distúrbios neurológicos.
Infelizmente, o caminho ainda é longo e a cura do Parkinson ainda não aconteceu. Não existe uma droga que impeça que a doença se instale e progrida. Mas o Parkinson é uma doença tratável e, para isso, há inúmeros recursos já disponíveis e tantos outros em estudo. Leia adiante.
Parkinson tem cura? Não, mas existem diversos recursos disponíveis
Com medicação e técnicas de reabilitação, é possível controlar os sintomas e também retardar a progressão do Parkinson. Tudo isso combinado é a forma mais eficaz de garantir mais qualidade de vida e maior autonomia aos pacientes. Sessões de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional, além de atividades físicas regulares são sempre indicadas e apresentam bons resultados. A fisioterapia ajuda a conservar a força e a flexibilidade muscular, melhora a mobilidade e ainda alivia eventuais dores no corpo, comum em vários pacientes. A terapia ocupacional tem o objetivo de orientar o paciente como manter sua independência com segurança e continuar realizando atividades do dia-a-dia com confiança. Já a fonoaudiologia tem o papel de trabalhar a voz, assim o paciente mantém o volume e a clareza da fala, características tão fundamentais para os laços sociais e afetivos.
Há também técnicas cirúrgicas modernas, efetivas e seguras, como a cirurgia de estimulação cerebral profunda, com efeitos positivos na redução dos sintomas motores da doença. Esta cirurgia é uma das técnicas com maior qualidade de evidência clínica. Para se ter uma ideia, mais de 200 mil pessoas, no mundo, já passaram pelo procedimento. Ou seja, quando pacientes perguntam se a doença de Parkinson tem cura, vale ressaltar que embora ela ainda não exista, há muitas coisas a fazer, há formas de lutar e há diversos avanços possíveis de serem conquistados.
É importante lembrar que o tratamento para a doença de Parkinson não segue um único padrão. O tratamento para cada paciente é conduzido de acordo com seus sintomas. Por isso, antes de realizar qualquer atividade ou tomar uma medicação, consulte um médico especialista para discutir o seu caso.
Atualizado em 10/09/2019.