Agrotóxico associado ao Parkinson é proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Muito popular nas áreas rurais do Brasil, a substância é usada para acabar com as ervas daninhas em plantações de milho, soja, feijão e algodão principalmente. Após um estudo profundo, iniciado em 2008, concluiu-se o poder tóxico desta substância e o risco de ela levar ao desenvolvimento da doença de Parkinson.
De acordo com a Anvisa, os riscos decorrentes da utilização do Paraquate, nome do herbicida banido, se restringem apenas aos trabalhadores rurais que o manuseiam. Para a população geral, que consome os alimentos ou produtos expostos a ele, não há problemas. Até agora, não existe evidência científica de que o Paraquate permaneça na vegetação.
O uso do Paraquate é proibido na Europa e bastante restrito nos Estados Unidos. Nos países em desenvolvimento, ele ainda é amplamente utilizado. Após a resolução da Anvisa, o prazo para total banimento do Paraquate nas plantações do Brasil é de três anos. Até lá, a utilização deste agrotóxico será controlada por diversas medidas restritivas e ações de orientação e treinamento aos usuários.
Pesquisa associa agrotóxico à doença de Parkinson
A resolução da Anvisa foi divulgada dias antes de uma pesquisa, que associa o Paraquate ao desencadeamento da doença de Parkinson, ser publicada no periódico Nature Chemical Biology. Pesquisadores da Northwestern University Feinberg School of Medicine, nos Estados Unidos, observaram que o Paraquate mata as células por um mecanismo chamado de estresse oxidativo. Ainda não está muito claro, mas eles acreditam que os neurônios dopaminérgicos da substância negra, pequena região do cérebro, sejam mais vulneráveis a este estresse oxidativo que os demais neurônios existentes. Ou seja, o Paraquate causa mais estrago aos neurônios da substância negra e, consequentemente, desencadeia a doença de Parkinson, em pessoas mais suscetíveis.
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Atualizado em 01/11/2017.