Não raro, a medicina descobre que uma medicação, desenvolvida inicialmente para tratar uma doença, funciona também para controlar outra enfermidade. E, é justamente isso que pesquisadores da Michigan State University (MSU), nos Estados Unidos, acabam de descobrir. O neurocientista Tim Collier e sua equipe concluíram que o antidepressivo nortriptilina, indicado para o tratamento de depressão e de dor crônica, pode também reduzir a evolução da doença de Parkinson.
O estudo, publicado no periódico Neurobiology of Disease, mostrou que a nortriptilina, um antidepressivo tricíclico, testada em animais de laboratório, reduz a quantidade de proteínas anormais que podem se acumular no cérebro e precipitar a doença de Parkinson.
Tim Collier já tinha observado anteriormente que, pacientes de Parkinson que usam a nortriptilina, ou outro antidepressivo da mesma classe, conseguiam iniciar o tratamento com levodopa (principal droga usada no tratamento de Parkinson) mais tardiamente. Ou seja, já havia uma associação entre o uso da nortriptilina e uma progressão mais lenta da doença.
Em entrevista coletiva, Collier afirma que esta droga, já aprovada pelo FDA (órgão do governo americano que regula alimentos e medicamentos) e estudada há mais de 50 anos, pode ser uma forma de tratar o Parkinson e não apenas seus sintomas.
A partir de agora, a equipe busca recursos para seguir com as pesquisas e, no futuro, testar a medicação isoladamente para o tratamento do Parkinson.
Além da medicação
A doença de Parkinson exige tratamento multidisciplinar. Embora os medicamentos sejam poderosos, eficientes e imprescindíveis, os médicos são unânimes em afirmar a importância de terapias complementares para controlar os sintomas e garantir qualidade de vida. Fisioterapia, fonoaudiologia, exercícios físicos, reabilitação cognitiva e cuidados com a alimentação fazem parte do pacote. Muitas atividades, que nunca imaginamos fazer parte do universo do parkinsoniano, podem trazer muitos benefícios.
Atualizado em 10/09/2019.