O desenvolvimento de uma nova droga é um processo difícil, demorado e de alto custo. Quando uma substância é aprovada para uso ou se mostra eficaz no tratamento, pacientes e todos os envolvidos com a doença comemoram a vitória. Vamos relembrar aqui os avanços na medicação para Parkinson 2017:
Em maio:
O FDA, órgão do governo americano responsável pelo controle de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, liberou o uso do Xadago (substância ativa safinamida) para os pacientes de Parkinson, que apresentam muitos períodos off. Estes períodos são quando o efeito da principal medicação passa, os sintomas voltam e ainda não é hora da dose seguinte. Os testes clínicos mostraram que o Xadago, associado à levodopa, pode aumentar, inclusive, os períodos on, quando os sintomas da doença estão sob controle. Em alguns países da Europa, o uso do Xadago já é permitido. No Brasil, muitos médicos têm importado o medicamento.
Em março:
A versão inalável da levodopa, principal medicação para o tratamento de Parkinson, acaba de passar por testes de fase III, o que significa que está próxima de ser aprovada para consumo. Sua grande vantagem é reduzir os períodos desligados, ou off, que ocorrem quando o efeito da medicação utilizada passa e ainda não é hora da próxima dose. Com ação mais rápida que a versão oral, ela promete minimizar o desconforto dos sintomas e reduzir a tensão dos pacientes.
Em agosto:
O FDA aprovou o Gocovri, nova droga contra discinesia, causada pelo uso prolongado da levodopa. A medicação, do laboratório americano Adamas Pharmaceuticals, foi testada em quase 300 pacientes, com o objetivo de avaliar sua segurança e a eficácia em diminuir os movimentos involuntários provocados pela levodopa. Em testes, Gocovri foi ingerida à noite para, assim, manter sua ação no período da manhã, quando as discinesias são mais recorrentes. Os estudos mostraram que o período on, quando a medicação antiparkinsoniana está agindo, sem discinesia, aumentou em 40%. A expectativa é que seu lançamento comercial ocorra nos próximos meses.
Pesquisadores da Universidade Binghamton, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova droga, que pretende reduzir a progressão da doença de Parkinson e também aliviar os sintomas em seus pacientes. A nova droga para Parkinson, chamada de D-512, mostrou-se eficiente – nos primeiros testes realizados em ratos – no controle dos sintomas da doença e no aumento do tempo em que faz efeito. Nestes primeiros estudos, os pesquisadores observaram que o D-512 produz menos efeitos colaterais que as medicações disponíveis no mercado. D-512 foi testada apenas em ratos, até o momento. Ou seja, esta nova droga para Parkinson se encontra em testes pré-clínicos. Antes de ser testada em seres humanos, muitos aspectos de segurança devem ser analisados. O caminho até a aprovação final, portanto, ainda é longo.
Medicamento para diabetes tipo 2, a exenatida, pode ser eficaz no tratamento de Parkinson, comprova um estudo realizado no Instituto de Neurologia da University College London. Além de melhorar questões relacionadas ao movimento, ela também pode reduzir a progressão da doença. Os testes foram realizados em 60 parkinsonianos. Alguns receberam injeções de exenatida semanais, enquanto outros tomaram placebo. Após 48 semanas, os cientistas responsáveis pelo trabalho, verificaram melhora significativa no movimento, como redução de tremores, rigidez de membros e capacidade para se equilibrar. Novos testes ainda são necessários, mas os resultados são bem animadores.
Atualizado em 10/09/2019.