A evolução do Parkinson atinge cada pessoa de forma individualizada. Embora exista uma lista de sintomas que defina a doença, os médicos não conseguem ainda prever como e quando cada um deles se manifestará. Alguns parkinsonianos fazem esportes diariamente, enquanto outros têm enorme dificuldade para andar dentro de casa. Cada caso é único. Mas, em suas diversas formas, a evolução do Parkinson segue um caminho parecido. Conheça os estágios da doença e saiba porque é tão difícil prever este percurso:
Por que é tão difícil prever a trajetória da doença de Parkinson?
A doença de Parkinson não age em apenas uma frente. Ela traz uma série de sintomas motores, que levam à rigidez muscular e tremor. No paralelo, ela também provoca sintomas não-motores, como fadiga, dor e problemas cognitivos. E, para tornar o desafio ainda maior, a medicação anti-parkinsoniana funciona muito bem para uns e produz poucos efeitos em outros. Ou seja, a combinação que pode sair destas três variáveis é vasta. Enquanto um paciente tem tremores apenas, outro pode perceber sérios problemas de memória. Este cenário torna praticamente impossível prever a doença de Parkinson em um único indivíduo.
Porém, em tempos e intensidades diferentes, os estágios são separados da seguinte forma:
Estágio 1: Os sintomas afetam um lado apenas, com pouco comprometimento.
Neste início, o paciente tem tremores, rigidez muscular e lentidão dos movimentos. Somente um lado do corpo é atingido. Mas tudo geralmente acontece de forma bem sutil, aos poucos, o que faz com que a doença passe despercebida para muitas pessoas, inclusive médicos. Ao receber o diagnóstico anos depois, alguns pacientes relatam lembrar de primeiros sinais, como um tremor constante em um braço ou falta de estabilidade nos movimentos no passado. Aqueles que apresentam sintomas mais intensos logo passam para o estágio 2.
Estágio 2: Os sintomas afetam os dois lados do corpo, sem atingir o equilíbrio.
Meses mais tarde, ou até anos depois, a evolução do Parkinson é notada e os sintomas do estágio 1 são notados nos dois lados do corpo. É nesta fase que muitos pacientes observam perda na expressão da face, redução no timbre e volume de voz, mudanças na postura, tronco inclinado para frente, rigidez muscular e uma lentidão generalizada. Embora a pessoa consiga realizar todas as atividades com autonomia e independência, quem está ao redor nota que coisas simples demandam mais tempo e concentração. Vale ressaltar que, se o paciente chegou a este ponto sem o diagnóstico, é possível que o quadro ainda confunda médicos não especialistas. Não raramente, os sintomas são interpretados como mudanças típicas da idade.
Estágio 3: Há uma perda evidente dos reflexos posturais, quando a pessoa corrige o movimento para evitar uma queda.
Neste ponto, normalmente não há mais dúvidas em relação ao diagnóstico. A progressão da doença provoca situações arriscadas e mais desafiadoras. Os pacientes perdem equilíbrio com frequência e notam uma redução na capacidade de realizar movimentos involuntários e rápidos que os impeçam de cair. No entanto, eles ainda continuam independentes para realizar tarefas como tomar banho, se vestir, se alimentar. É aconselhável, nesta fase, deixar a casa mais segura para evitar acidentes. Muitos pacientes, dependendo da profissão, também conseguem se manter na ativa, apesar da evolução do Parkinson.
Estágio 4: A independência fica muito comprometida neste ponto. Ajuda de um cuidador é fundamental.
É nesta fase que os sintomas motores ficam mais intensos e incapacitantes. Muitos pacientes necessitam do auxílio de um andador para caminhar e ajuda para se levantar, por exemplo. Morar sozinho também se torna um grande desafio, pois realizar tarefas simples do dia-a-dia já demanda recursos físicos e emocionais que os parkinsonianos não têm mais.
Estágio 5: Perda total de autonomia. Muitos pacientes precisam de cadeira de rodas.
Estágio mais avançado da doença. A rigidez muscular e a falta de equilíbrio impedem o paciente de andar e, quando possível, apresentam grande risco de queda. Muitos parkinsonianos desenvolvem neste ponto delírios e alucinações. Ficar sozinho é praticamente inviável.
Em todos os estágios, é possível encontrar tratamentos e terapias complementares para aliviar os sintomas e aumentar a qualidade de vida. Converse com seu médico.
Atualizado em 13/08/2018.