Um dos sinais iniciais da doença de Parkinson, que surgem muito antes até do paciente ser diagnosticado, é a dor. Esta é a conclusão de um estudo que mostrou que a dor pode ser um marcador importante da doença e surgir antes mesmo de qualquer comprometimento motor.
Especialistas já comprovaram que algumas alterações relacionadas à doença de Parkinson, grande parte não-motoras, podem dar sinais décadas antes dos sintomas motores. Perda olfativa e dor estão entre elas.
O estudo que classifica a dor como um pródromo, ou seja, um sinal que indica o início de uma doença antes que os sintomas clássicos apareçam, foi conduzido no Instituto de Neurociências de Bangur, na Índia, e apresentado em um congresso mundial recente, na França. Para conduzi-lo, os pesquisadores analisaram o histórico médico e os tipos de dores sentidas por 500 pessoas acima de 50 anos. Estes participantes foram divididos em dois grupos: um grupo de controle (sem a doença) e um grupo em estágio inicial da doença. Foi constatado que o grupo já afetado pelo Parkinson teve mais dores que o outro.
Entenda a dor na doença de Parkinson
O Parkinson se manifesta em cada paciente de uma forma. Enquanto uns têm sintomas incapacitantes, outros apresentam alterações que não afetam o cotidiano de maneira importante. A dor na doença de Parkinson é um desses sintomas misteriosos. Surge em ocasiões e intensidades diferentes para cada parkinsoniano. Por isso, é tão comum ouvir dos pacientes de Parkinson que há ‘dias bons’ e ‘dias ruins’.
Conheça as dores mais recorrentes e como é possível minimizar o desconforto:
Dor muscular – Esta é definitivamente a queixa mais comum, quando o assunto é dor na doença de Parkinson. Pernas, braços e articulações doem. Muitas vezes, a causa é a rigidez dos músculos e a lentidão dos movimentos. Com a progressão da doença e o passar dos anos, a dor pode se intensificar. Exercícios leves, como caminhadas e alongamento, assim como fisioterapia ajudam a controlar a dor.
Câimbra e distonia – Embora sejam confundidos com frequência e provoquem uma dor semelhante, câimbra e distonia são problemas distintos. A câimbra surge por falta ou excesso de atividade física, por desidratação e má circulação sanguínea e atinge, na maioria das vezes, a panturrilha. Já a distonia acontece quando os músculos não voltam ao estado normal após se contrair e está entre os sintomas mais dolorosos do Parkinson. Ela afeta tanto pernas, pés e mãos como pescoço, pálpebra e face e pode fazer com que um braço puxe para trás ou a cabeça para frente, por exemplo. A distonia, no entanto, é normalmente relatada pela manhã, quando o efeito da medicação está passando – logo antes da próxima dose.
Discinesia – Esta dificuldade em controlar movimentos voluntários pode causar dor em qualquer parte do corpo. Normalmente, ela acontece com os parkinsonianos que usam a medicação levodopa por muito tempo. Os especialistas afirmam que um ajuste pequeno de doses e horários do medicamento pode ajudar a controlar as discinesias.
Dor radicular – Essa dor ocorre quando um nervo próximo ao pescoço ou à região lombar sofre uma compressão. Ela irradia por pernas e braços, chegando aos dedos. Muitas vezes, os membros ficam dormentes. Os grandes causadores são a mudança na postura e a falta de mobilidade típicas dos parkinsonianos. Massagem, compressas quentes e analgésicos podem aliviar.
Sinais iniciais da doença de Parkinson.
Atualizado em 31/08/2018.