Cada nova descoberta e cada avanço no tratamento e no controle dos sintomas da doença de Parkinson merecem uma comemoração. Em agosto do ano passado, o FDA, órgão do governo americano que regula e controla o uso de medicamentos e alimentos, aprovou o medicamento Gocovri (amantadina), uma droga para combater a discinesia, efeito colateral causado pelo uso prolongado da levodopa.
A expectativa pelo sucesso deste medicamento foi grande, uma vez que ele seria benéfico não só para a discinesia como também para a redução do período off, quando a droga antiparkinsoniana para de fazer efeito adequadamente.
Aí está a boa notícia. Uma análise recente de dois estudos em fase III confirmou que pacientes de Parkinson tiveram uma redução de mais de 40% nas discinesias induzidas pela levodopa e aumentaram em mais de 2 horas por dia o tempo em on, período em que a medicação antiparkinsoniana está agindo.
Para o neurologista responsável pelo trabalho Lawrence W. Elmer, da Universidade de Toledo, nos Estados Unidos, este resultado comprova a consistência dos benefícios da medicação para tratar discinesia e período off.
Embora o Gocovri já estivesse aprovado pelo FDA e disponível no mercado americano desde o fim de 2017, as pesquisas clínicas seguem para confirmar a segurança e a eficiência da droga. Os estudos que comprovaram os benefícios do Gocovri estavam em fase III, quando o objetivo é obter informações sobre segurança, eficácia e interação com outras drogas.
O que são discinesias?
As discinesias, movimentos anormais e involuntários, são consequência do uso prolongado da levodopa. Elas podem afetar qualquer parte do corpo, como cabeça, braços e pernas e variam em intensidade de pessoa para pessoa. Alguns pacientes, no entanto, relatam as discinesias como algo desconfortável, dolorido e incompatível com as atividades diárias. Curiosamente, as discinesias geralmente ocorrem quando outros sintomas do Parkinson, como rigidez e lentidão dos movimentos, estão controlados.
Atualizado em 10/09/2019.