Levodopa, a medicação que revolucionou o tratamento da doença de Parkinson

A doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo que afeta o sistema nervoso, causando sintomas motores e problemas mentais. Na doença de Parkinson, ocorre uma redução das células que produzem a dopamina, um neurotransmissor que atua no envio de mensagens para as partes do cérebro que controlam os movimentos e a coordenação. Na falta deste neurotransmissor, todo o controle motor se desequilibra. Uma eventual reposição de dopamina via oral seria, em tese, o tratamento ideal. No entanto, na prática não funciona, pois ela não chega às áreas necessárias do cérebro.
É aqui que entra a levodopa, precursor da dopamina e principal droga usada no tratamento do Parkinson. Esta substância alcança o cérebro e se transforma em dopamina. A levodopa, há mais de 50 anos, revolucionou o tratamento do Parkinson, proporcionando alívio dos sintomas motores e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Conheça outras características desta medicação que tem sido fundamental no manejo da doença de Parkinson.

Você conhece a Levodopa?

  • A levodopa é a principal droga utilizada em todos os estágios da doença. Ela é altamente eficiente no controle de sintomas como rigidez e lentidão dos movimentos. No entanto, seu uso prolongado pode levar a efeitos colaterais, como flutuações motoras, conhecidas como períodos “off”. Para otimizar o tratamento, a levodopa está disponível em diferentes formas de administração, como a versão de liberação prolongada, ideal para ser tomada antes de dormir, e a forma dispersível, adequada para pessoas com dificuldade de deglutição.
  • Uma novidade promissora é a versão inalável da levodopa, chamada Inbrija, que foi recentemente aprovada pelo FDA. Essa forma de apresentação, semelhante a uma bombinha de asma, será utilizada para tratar os períodos “off” com uma dosagem de 84 mg, conforme necessário, até cinco vezes ao dia.
  • A absorção da levodopa ocorre no intestino e seu efeito aparece em 30 minutos, com duração de 3 a 5 horas. Mas a forma como atua varia de pessoa para pessoa. Em alguns pacientes, a absorção da droga fica comprometida quando ingerida com proteína (carnes, leite, queijos, ovos). O ideal, portanto, é tomar a medicação de 30 a 45 minutos antes da refeição ou duas horas depois. Para alguns pacientes, a levodopa causa um pouco de enjoo. Segundo relatos, esta náusea pode ser amenizada com um lanche leve, de bolacha água e sal ou uma fatia de pão.
  • Apesar dos desafios e efeitos colaterais, a levodopa continua sendo o tratamento mais eficaz para os sintomas motores da doença de Parkinson. Estudos estão em andamento para entender melhor seus mecanismos de ação e desenvolver terapias que possam modificar a progressão da doença, trazendo esperança para os pacientes.

Atualizado em 19/05/2023.

Referências

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Cilia, R., Cereda, E., Akpalu, A., Sarfo, F. S., Cham, M., Laryea, R., … & Pezzoli, G. (2020). Natural history of motor symptoms in Parkinson’s disease and the long-duration response to levodopa. Brain, 143(8), 2490-2501.

Paik, J. (2020). Levodopa inhalation powder: a review in Parkinson’s disease. Drugs, 80(8), 821-828.