Em paralelo à busca pela cura do Parkinson, cientistas investem pesado também na descoberta de algo que possa frear a progressão da doença. A boa notícia dessa semana é que pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, afirmam ter desenvolvido uma nova droga experimental capaz de reduzir a evolução do Parkinson e de seus sintomas em ratos e em culturas de células cerebrais.
A nova droga, chamada até o momento de NLY01, contêm substâncias semelhantes àquelas utilizadas no tratamento de diabetes 2, para aumentar o nível de insulina no sangue. No passado, outros estudos já tinham notado o poder de tais substâncias para proteger o cérebro. Mas o funcionamento nunca fora apresentado. Nas análises feitas na Johns Hopkins – e publicadas no periódico Nature Medicine –, NLY01 bloqueou a degradação das células do cérebro, ponto de partida para o Parkinson e diversas outras doenças neurológicas.
De acordo com Ted Dawson, professor de neurologia responsável pelo estudo, se os efeitos de NLY01 forem positivos em seres humanos, talvez a substância seja o primeiro tratamento a atuar diretamente na doença de Parkinson e não apenas em seus sintomas. Os estudos ainda estão em fase inicial, apenas em laboratório. NYL01 precisa ter sua segurança e eficácia testadas em seres humanos. Mas a expectativa é que, até o final do ano, entre para pesquisas clínicas.
Parkinson e seus tratamentos
Até o momento, não existe nenhuma medicação disponível que consiga interromper a progressão da doença de Parkinson. Todos os avanços, nos últimos anos, só conseguem controlar os sintomas da doença.
A maioria dos pacientes segue o tratamento com medicamentos. Como o Parkinson leva à falta de dopamina no cérebro, muitas medicações têm o objetivo de reproduzir seus efeitos e, assim, reduzir o tremor, a rigidez muscular e os movimentos involuntários.
A cirurgia de estimulação cerebral profunda (deep brain stimulation, DBS, em inglês) também é um recurso cada vez mais seguro, eficiente e utilizado entre os parkinsonianos. Ela consegue, em muitos casos, retroceder alguns anos no desenvolvimento da doença e, assim, o paciente ganha qualidade de vida. Segundo o neurocirurgião dr. Erich Fonoff, um dos maiores especialistas no assunto no Brasil, muitos pacientes que se submeteram ao procedimento relatam ter nascido novamente.
Há também uma série de terapias complementares, como fisioterapia e fonoaudiologia, que são fundamentais para a manutenção da autonomia e bem-estar do paciente.
Atualizado em 10/07/2018.