A publicação Neurology Today, uma das mais importantes relacionadas à divulgação de estudos científicos na área de neurologia, apresentou esta semana, no Congresso Internacional de Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento, no Canadá, o resultado favorável de uma pesquisa sobre estimulação da medula espinhal com efeitos positivos expressivos na marcha do parkinsoniano. Embora os resultados sejam iniciais e, portanto, ainda não conclusivos, o trabalho foi considerado muito promissor porque confirma resultados de outros estudos semelhantes.
Vivendo com Parkinson
Reabilitação cognitiva no tratamento do Parkinson
Os sintomas motores da doença de Parkinson, como o tremor, a rigidez motora e alteração na marcha, são bem conhecidos. No entanto, no paralelo, há uma série de sintomas não-motores, como alterações cognitivas e do sono, depressão e ansiedade. Cada um deles afeta o paciente de uma maneira e em uma intensidade. Todos, porém, merecem igual atenção.
A reabilitação cognitiva, utilizada no tratamento do Parkinson, traz diversos benefícios – não só cognitivos. Recentemente, uma pesquisa realizada por cientistas da University of Sydney’s Brain and Mind Centre e Royal Prince Alfred Hospital, ambos na Austrália, mostrou que o treinamento cognitivo reduz significativamente episódios de congelamento da marcha, além de reduzir a sonolência diurna.
O congelamento da marcha, sintoma que atinge 1/3 dos parkinsonianos, é uma súbita e imprevisível parada e incapacidade de recomeçar movimentos ritmados e repetidos. Na maioria dos casos, ele acontece quando a pessoa está caminhando e, repentinamente, tenta mudar de direção, chega a um obstáculo ou precisa passar por um espaço mais estreito. O congelamento provoca a sensação de estar colado ao chão, paralisado. Ele também pode afetar os movimentos dos braços e até a fala.
Abaixo, conheça a reabilitação cognitiva no tratamento do Parkinson, no texto da neuropsicóloga Fernanda M. Colucci Fonoff.
“As principais perdas cognitivas são: bradifrenia (lentidão de pensamento), declínio de atenção e concentração, alteração visuoconstrutiva (dificuldade para desenhar um objeto, por exemplo), declínio da função executiva (capacidade de planejar e executar tarefas) e alteração da memória. Neste cenário, os pacientes têm dificuldade para iniciar respostas, gerar estratégias, monitorar ou regular o comportamento para alcançar melhor desempenho na tarefa.
A descrição acima parece tornar complicado apenas trabalhos complexos e extensos. Mas é justamente aí que está o desafio. Estas dificuldades cognitivas se apresentam em situações simples e corriqueiras do dia-a-dia. E, o parkinsoniano se vê de mãos atadas para preparar uma refeição, trocar a própria roupa ou se organizar para sair de casa. A sensação de incapacidade é paralisante.
Em consultório, fazemos uma série de trabalhos, que se mostram eficientes e importantes para os pacientes. Eles são, para o cérebro, tão poderosos quanto a atividade física é para os músculos. O ideal é que um ou dois sejam praticados por alguns minutos todos os dias. Eles são:
Para disfunção executiva:
- Exercícios de lógica matemática (sequência lógica. Ex: 2, 4, 6… ou 2, 4, 8, 16…).
- Cálculos mentais (somar de 4 em 4 começando do 1. Exemplo: 1-5-9-13… ; ou subtrair de 3 em 3, começando do 40. Exemplo: 40-37-34-31…).
- Fluência verbal: jogar STOP. Neste jogo, os participantes escolhem uma letra do alfabeto e completam uma lista de itens, como nome próprio, fruta, animal, cidade, filme e esporte, com a letra escolhida.
Para alteração da atenção:
- Executar duas tarefas ao mesmo tempo (Ex. Falar tipos de animais e frutas alternadamente: cachorro-laranja; gato-abacaxi…).
- Jogo de caça-palavras.
- Jogo com cartas (rouba monte, mico…)
Para alteração visuoconstrutiva:
- Cópia de desenhos simples (quadrado, losango, triângulo e círculo)
- Cópia de desenhos complexos (cubo, estrela)
Alteração de memória:
- Treino de memorizar e repetir um número de palavras comuns (início com 5 palavras)
- Treino de memorizar e repetir o número de telefone de 5 ou mais familiares
- Jogo de memória.
Conheça aqui tratamentos para a doença de Parkinson.
Atualizado em 29/01/2019.
Excesso de proteína pode comprometer a absorção da levodopa
Ninguém duvida da importância da alimentação na prevenção de doenças. Mas, cada vez mais, sabemos também a capacidade dos alimentos de facilitar -ou comprometer – um tratamento e o estado de saúde em geral. Em pacientes de Parkinson não é diferente. Diversos parkinsonianos relatam que uma grande ingestão de proteína, principalmente carne, pode levar a períodos off longos e incômodos. Ingerir muita carne com levodopa, a principal droga usada no tratamento do Parkinson, produz um efeito negativo.
Como aumentar a segurança ao cozinhar
A doença de Parkinson pode tornar tarefas simples do cotidiano em grandes desafios. Cozinhar com segurança é uma delas. Sem firmeza e estabilidade nas mãos, preparar pratos – ou simplesmente picar frutas e legumes – pode ser arriscado. Veja algumas dicas que ajudam a controlar ou contornar os sintomas durante o processo.
Dr. Erich Fonoff explica a diferença entre tremor de Parkinson e tremor essencial
Com a missão de trazer informações úteis e responder as principais dúvidas relacionadas ao Parkinson, o canal Parkinson Hoje traz mais um vídeo da série Dr. Erich Fonoff Responde, no nosso canal no YouTube. Nele, dr. Erich Fonoff explica a diferença entre o tremor de Parkinson, sintoma da doença, e o tremor essencial, transtorno do movimento que afeta 5% da população mundial.
Nos últimos meses, o canal Parkinson Hoje, no YouTube, abordou as questões mais importantes sobre esta doença, que atinge mais de 200 mil brasileiros. Entre elas: sintomas, tratamentos, diagnóstico e prognóstico.
Quem responde é o nosso diretor técnico, Dr. Erich Fonoff, médico neurocirurgião, professor, pesquisador e um dos principais especialistas brasileiros em doença de Parkinson e outros distúrbios do movimento.
Neste vídeo, o Dr. Erich Fonoff explica a diferença entre o tremor causado pela doença de Parkinson e o tremor essencial. Você pode assistir clicando abaixo ou aqui.
Saiba mais sobre tremor essencial.
Atualizado em 26/11/2018.
Remoção do apêndice pode reduzir o risco de Parkinson
Há algum tempo, cientistas já suspeitaram que o surgimento do Parkinson pudesse acontecer longe do cérebro, por onde sua passagem é mais conhecida. Muitos estudos apontaram o início da doença para algum ponto do trato intestinal. Recentemente, uma nova pesquisa trouxe mais evidência para fortalecer esta tese. Pesquisadores americanos, do Instituto de Pesquisa Van Andel, em Michigan, descobriram que o Parkinson, distúrbio neurodegenerativo, pode começar mais precisamente no apêndice. O estudo mostrou que as pessoas que tiveram o órgão, por muitos considerado desnecessário para o corpo humano, removido apresentam uma redução no risco de desenvolver a doença.
Conheça os grandes desafios impostos pela doença de Parkinson
A doença de Parkinson em números
O canal Parkinson Hoje, que reúne dezenas de milhares de pessoas, entre médicos, cuidadores, familiares e pacientes da doença de Parkinson, realizou a pesquisa Como é viver com Parkinson, para entender melhor os desafios dessa comunidade. Mais de 400 pessoas responderam 16 perguntas sobre preconceito, a dependência de cuidadores, impacto financeiro, confiança no tratamento recebido, entre outros tópicos.