Os sintomas da doença de Parkinson aparecem para cada paciente de forma e intensidade diferentes. O tremor, por exemplo, tão típico, não atinge todo mundo. Mas a marcha, ou o caminhar, geralmente se altera em todos os pacientes à medida que a doença evolui. Como melhorar a marcha do parkinsoniano passa a ser um grande desafio para todos.
A marcha do parkinsoniano é bem característica: o andar fica mais lento, os passos bem menores, o corpo inclinado para frente e os braços com menos movimentos. Episódios de congelamento, quando há uma dificuldade para iniciar e continuar andando, também são recorrentes e típicos. Essas mudanças afetam diretamente as atividades diárias e oferecem um grande risco de queda, uma vez que o paciente, ao dar passos tão pequenos, tende a perder o equilíbrio com mais frequência.
Como melhorar a marcha do parkinsoniano? Cientistas comprovaram que estímulos externos – visuais e auditivos – podem ser eficientes para muitos pacientes. Os benefícios são percebidos a partir do segundo estágio da doença quando o automatismo dos movimentos fica comprometido. Tais dicas, segundo os especialistas, também reduzem significativamente os episódios de congelamento.
Equipamentos com essas tecnologias têm sido desenvolvidos e aprimorados nos últimos anos. Conheça dois deles, a bengala com laser e os óculos de realidade visual, ambos já disponíveis no Brasil para compra e locação:
Andador virtual (ou óculos de realidade virtual): o visor projeta, à frente, a imagem de uma esteira com quadrados brancos e pretos, para guiar os passos do paciente. À medida em que a pessoa aumenta o ritmo, a ‘rolagem’ da esteira também ganha velocidade. Simultaneamente, há um estímulo auditivo, pelos fones de ouvido, para dar ritmo à caminhada e, consequentemente, estabilidade. O uso do andador virtual é recomendado por cerca de quatro meses, para melhorar o desempenho da marcha. Como explica a fisioterapeuta Carolina Souza, da equipe do dr. Erich Fonoff e autora de um estudo sobre o dispositivo, os óculos devem ser usados durante as sessões de fisioterapia ou até mesmo em casa, durante uma hora por dia, mas sempre em locais fechados e livres de obstáculos.
Bengala com laser: ao tocar o solo, a bengala emite um feixe de laser, que projeta um traço luminoso vibrante no chão à frente. O paciente, por sua vez, se guia por esta luz e dá o passo por cima dela. O objetivo é que os passos fiquem maiores e mais ritmados com a prática. Desta forma, o paciente ganha estabilidade corporal e segurança para caminhar. A bengala também deve ser utilizada como os óculos de realidade virtual, um equipamento de treino. Porém, muitos parkinsonianos passam a usá-la em tempo integral.
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Atualizado em 11/09/2019.