Ninguém duvida da importância da alimentação na prevenção de doenças. Mas, cada vez mais, sabemos também a capacidade dos alimentos de facilitar -ou comprometer – um tratamento e o estado de saúde em geral. Em pacientes de Parkinson não é diferente. Diversos parkinsonianos relatam que uma grande ingestão de proteína, principalmente carne, pode levar a períodos off longos e incômodos. Ingerir muita carne com levodopa, a principal droga usada no tratamento do Parkinson, produz um efeito negativo.
A levodopa é absorvida no intestino e o seu efeito aparece em 30 minutos. Em geral, ele continua por um período de 3 a 5 horas. Porém, quando o paciente segue uma dieta muito rica em proteína (carne, frango, peixe, ovos e queijos) a absorção da medicação é prejudicada. Isto ocorre porque as duas substâncias competem entre si para serem quebradas e assimiladas no organismo.
O período off, normalmente, ocorre logo antes do horário da medicação. O paciente tem a sensação de que o remédio está ficando fraco, perdendo o efeito. Quando a levodopa é ingerida junto com proteína, este ‘desligamento’ pode acontecer bem antes da próxima dose prevista. Como explica o neurocirurgião Dr. Erich Fonoff, “no período off, é como se a fonte de energia fosse desligada. Os sintomas voltam: rigidez muscular, lentidão de movimentos, tremores”.
A boa notícia é que pequenas mudanças na rotina podem aliviar os sintomas e aumentar o bem-estar. Veja:
– Como a levodopa leva, em média, duas a três horas para passar pelo intestino, o ideal é esperar este período e, só então, consumir proteína.
– Tomar a medicação cerca de uma hora antes da refeição pode ser uma opção interessante. Assim como manter cada nova dose distante das refeições para minimizar as questões causadas pela absorção.
– Outra estratégia é distribuir o consumo da proteína ao longo do dia e não concentrar em uma refeição apenas. Ou, consumir a proteína no fim do dia, quando o efeito da medicação compromete menos a rotina.
Atualizado em 10/09/2019.