Quando se fala em Parkinson, muita gente pensa em idosos, em tremores e, principalmente, em homens. E, assim, crescem os mitos do Parkinson. Estes mitos, além de aumentarem o estigma e o constrangimento que muitos portadores enfrentam diariamente, também impedem os parkinsonianos e as pessoas próximas de compreender a doença e ajudar quem precisa. Veja aqui os dez principais mitos e a verdade por trás deles.
A doença de Parkinson é contagiosa. Parkinson é uma doença degenerativa do cérebro. Muitos cientistas acreditam que ela seja desencadeada por alguns fatores de risco, como exposição a produtos químicos, toxinas industriais e, principalmente, idade, porém, não existe comprovação científica de que seja causada por um vírus. Desta forma, o risco de ‘pegar’ Parkinson de uma pessoa ou transmiti-la a alguém não tem fundamento.
Somente idosos desenvolvem a doença de Parkinson. Este é mais um dos mitos do Parkinson. A maioria dos casos de Parkinson surge em pessoas acima de 65 anos, por isso a doença está sempre associada à terceira idade. Porém, 10% dos parkinsonianos têm o Parkinson de Início Precoce, que é quando a doença se instala antes dos 50 anos. Os sintomas e tratamentos, porém, são os mesmos.
Mulheres não têm a doença de Parkinson. Não é verdade. Embora a incidência nos homens seja duas vezes maior do que nas mulheres, elas não estão imunes ao Parkinson. Na maioria dos casos, a progressão da doença ocorre de maneira bem semelhante entre os dois sexos. Em contrapartida, alguns estudos mostram que as mulheres ficam mais abaladas com o diagnóstico e tendem a apresentar mais tremores. Já os homens são mais sensíveis à rigidez e lentidão nos movimentos. Algumas diferenças nas manifestações dos sintomas, acreditam os especialistas, são decorrentes das alterações hormonais que acontecem com as mulheres durante o mês.
A doença de Parkinson é um problema hereditário. Existem muitos estudos que apontam para mutações genéticas que poderiam causar a doença. Mas estes casos são raros e afetam pouquíssimas famílias. A maioria dos pacientes de Parkinson não tem parentes na mesma situação. Porém, trabalhos científicos mostram que as pessoas que têm familiares de primeiro grau, como mãe ou irmão, com Parkinson apresentam um risco de desenvolver a doença aumentado em cerca de 10%, em relação à população.
O único tratamento para a doença de Parkinson é medicação. Isso não é verdade. A maioria dos pacientes de Parkinson apresenta melhores condições físicas e emocionais quando escolhe um tratamento múltiplo. A medicação, obviamente, é o método mais utilizado para controlar os sintomas. Mas a cirurgia de estimulação cerebral profunda tem se mostrado cada vez mais segura e eficiente. E as terapias de reabilitação, como terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia, são complementos poderosos para retardar a progressão da doença e garantir independência e autonomia aos pacientes.
Parkinson só causa desconfortos motores. Os sintomas motores, como falta de equilíbrio, lentidão para se locomover e tremores são, sem dúvida, os mais evidentes. Mas, não são os únicos nem os mais incapacitantes. Com a progressão da doença, os parkinsonianos apresentam também dificuldade na fala e para engolir, falta de concentração, fadiga, constipação, alteração no peso e diminuição no olfato.
Todo paciente de Parkinson treme. Embora o tremor seja o sintoma mais evidente e característico da doença de Parkinson, ele não é o único nem o mais comprometedor. Pacientes de Parkinson apresentam uma série de sintomas motores, como instabilidade, rigidez muscular e lentidão dos movimentos, e outros não-motores, como perda olfativa, constipação, insônia e oscilações de humor.
Só pacientes de Parkinson tremem os membros. Os principais sintomas da doença de Parkinson, como lentidão nos movimentos, instabilidade postural, rigidez muscular e tremores, são também manifestados em outras enfermidades conhecidas como parkinsonismos. Estas não respondem aos mesmos tratamentos e têm diferentes causas, como o uso de alguns medicamentos para doenças psiquiátricas e hipertensão. Muitas vezes, basta interromper a medicação para reverter os sintomas.
A vida do parkinsoniano é improdutiva. A progressão da doença de Parkinson é lenta e pode demorar anos. Nos primeiros estágios do Parkinson, o paciente consegue manter total autonomia, sentindo apenas algumas restrições no seu dia-a-dia. Com o passar do tempo, dependendo da profissão, é possível continuar na ativa com alguns ajustes e adaptações. É importante ressaltar que, as terapias de reabilitação, como fisioterapia e terapia ocupacional, garantem aos pacientes de Parkinson segurança, independência e bem-estar por mais tempo.
Não há como melhorar a qualidade de vida do paciente de Parkinson. Não há razão para pensar assim. Existem muitas maneiras seguras e eficientes de controlar os sintomas da doença e retardar sua progressão. Há também diversas fontes de informação, como o nosso canal Parkinson Hoje, que oferecem dicas, ideias e alternativas para aumentar o conforto e a qualidade de vida dos parkinsonianos – além de esclarecer os mitos do Parkinson. Estas informações são úteis para pacientes, familiares e cuidadores.
Saiba mais sobre o diagnóstico da doença.
Atualizado em 27/08/2018.