Além dos sintomas motores, como tremor, lentidão nos movimentos e rigidez muscular, mais da metade dos pacientes de Parkinson enfrentam também depressão, ansiedade, fadiga, dores e alguns comportamentos compulsivos. Isto posto, tratar a doença demanda um olhar atencioso sobre estes dois universos. Recentemente, um estudo italiano concluiu que a terapia cognitiva em grupo reduz depressão e ansiedade em parkinsonianos. Paralelamente aos medicamentos tradicionais, a terapia contribuiu de forma importante para o sucesso do tratamento.
A terapia cognitiva comportamental é amplamente usada para tratar quadros de depressão e, quando aplicada em pacientes de Parkinson, tem se mostrado bastante eficiente. A novidade agora, segundo o estudo publicado no periódico Neuropsychiatric Disease and Treatment, é sua aplicação em grupos de parkinsonianos. Neste cenário, os resultados foram positivos por dar a oportunidade de pessoas, em situação similar, poderem interagir, trocar experiências e se ajudar.
Os pesquisadores analisaram pacientes de Parkinson com sintomas psiquiátricos já instalados, durante um tratamento de três meses. Em sessões semanais de 90 minutos, um psiquiatra e um neurologista trabalharam o humor e os sintomas motores simultaneamente. Foram analisados e tratados também comportamentos como isolamento social, conflitos familiares e falta de assertividade.
Os resultados mostraram que a terapia cognitiva comportamental foi eficiente para tratar depressão e também para reduzir outros sintomas não-motores, como pessimismo e apatia.
Embora o estudo tenha sido feito com um grupo muito pequeno de pacientes, os pesquisadores são otimistas. É importante ressaltar que o tratamento medicamentoso e as outras terapias complementares, como fisioterapia e sessões de fonoaudiologia devem ser mantidas. Controlar a doença de Parkinson demanda disciplina e paciência.
Entenda a depressão na doença de Parkinson
Quadros de depressão e ansiedade são extremamente comuns em pacientes com doenças crônicas. Em parkinsonianos, transtornos mentais são ainda mais recorrentes. Estima-se que a depressão, isoladamente, é a alteração não-motora mais comum na doença de Parkinson, presente em quase 50% dos pacientes. Leia mais aqui.
Quando a depressão não é tratada, ela pode comprometer a capacidade cognitiva e, consequentemente, piorar a qualidade de vida. Veja como fortalecer o cérebro.
Atualizado em 14/02/2018.